Hoje preciso falar, hoje preciso soltar a minha voz, mas infelizmente não há ninguém para eu fazer isso, então preciso escrever.
Os sentimentos dentro de mim estão como uma montanha russa, dando voltas perigosas, fazendo sentir aquela frio na barriga, um misto de medo, angústia, tristeza.
Por mais que eu seja forte, e sei que assim sou, hoje, somente hoje não estou conseguindo ser ,os olhos estão chorosos, o coração apertado, dolorido, angustiado, medroso.
Os medos fazem parte da nossa vida, temos que saber manobrá-los, mas estou me sentindo tão só para trabalhar com tantos sentimentos novos, que sinceramente estou pendendo para os lados.
Esta noite voltei ao passado, às lembranças, peguei meu violão como há tempos não fazia, tocar me fez bem, mas me remeteu a lugares que me trouxeram dores e alegrias.
Hoje gostaria de ir para bem longe, tentar esquecer um pouco de mim ou tentar arrancar essa amarra que está no peito, este nó que está embargando minha garganta e fazendo escorrer a minha alma pelos olhos em forma de lágrimas.
Têm horas que me vejo só, tendo que escolher a coisa certa a fazer, enfrentar pessoas que não gostaria de enfrentar, lutar sozinha pelo que acredito, indo de frente com o mundo, sem nenhum apoio, mas hoje, simplesmente hoje, não consigo, a fragilidade está muito grande e sinto-me desabar.
Hoje estou chorando só, porque se assim não fizer sinto que não vou suportar tantas confusões de sentimentos.
Preciso me refazer de muitas maneiras, mas ainda não descobri de que forma farei isso...
Hoje não posso, a fragilidade me impede, quem sabe amanhã eu consiga, quem sabe amanhã a inspiração me venha e eu me refaça, mas hoje não posso, hoje não tenho forças, hoje quero me recolher em mim e depurar todas essas dores, tristezas e confusões que estou sentindo.
Hoje no espelho de manhã apareceu-me a menina frágil, vou torcer para amanhã a guerreira mulher aparecer novamente e me ajudar a superar tudo o que meu coração sente.
Cibele Palladino
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