domingo, 13 de agosto de 2017

As estações climáticas internas

Nublou-se o tempo, vieram as nuvens intensas e negras, o vento forte e avassalador, o medo imperou na escuridão do céu. O que há de errado com esse tempo que  faz chorar?
Ora, a vida é assim, há várias estações climáticas que podem imperar, hoje o sol brilha, amanhã a chuva vem, a brisa leve acaricia e o frio congela o corpo.
Não se desespere, tudo há seu tempo, tudo em seu momento...
Vem uma voz intensa, gritante e estridente que insiste em indagar: Por que o clima fere as pessoas? 
Não se sabe dizer, uns ferem os outros porque foram feridos e assim os feridos começam a ferir também...o sol que castiga, a chuva que inunda o frio que estremece.
Perguntei muitas vezes ao tempo por que mesmo tão ferida e castigada ainda continuava a acreditar que estas estações climáticas não existiam para fazermos mal...mas infelizmente deu-se o estalo e a constatação: pessoas que passam por períodos nublados, tendem a não ser mais sol que aquece na vida das pessoas e acabam devastando interiores férteis da credibilidade e de um coração bom e puro.
Em cada interior há algo germinando, não se sabe ao certo dizer quais frutos virão dali, pois não se sabe como serão seu cultivo e seu cuidado.
Apesar de tantos acontecimentos sempre estive disposta a querer florescer  e ver o solo dos outros florirem também, talvez esteja cansada de ver a fonte da luz escondida em cada ser humano, que faz o processo da fotossíntese e o milagre da germinação.
Nublou-se o tempo, o sol se escondeu, a flor não nasceu, não tive cuidado com meu jardim e por consequência não consigo cuidar do seu para que floresça resplandecente.
Então surgem os dias longos e reflexivos que nos fazem sentir cada ação com a maior intensidade existente, não é ruim escurecer-se, este acontecimento traz reflexão e dele sai muita sabedoria, não se importe se precisar chorar ou sofrer um bocado, sinta a estação da seca que avassala o interior, mas busque em seu deserto o oásis, um punhado da água que salva e o tira da morte.
Não tenha medo de sofrer com o frio, sei que ele congela e pode matar, mas pense, se você adquirir a resistência, conseguirá passar por fortes tempestades de neve.
Você é o caminho que percorre, as dores que sente, as lágrimas que chora, a solidão que vive, mas é sol que aquece, a chuva fina que molha, o sereno gostoso que refresca.
Sei do seu cansaço, como sei, ando bem assim também, mas não podemos desistir de percorrer as trilhas da vida, íngremes, cheia de pedregulhos, mas necessárias para nosso crescimento.
Digo-lhe uma coisa: continue a ser bom, mas seja menos crédulo em qualquer pessoa, há algumas que não se importam com o que você sente, nem com quem você é, mas reitero, você precisa delas para aprender a se fortalecer diante da crueldade existente por onde andamos.
Nublou-se, eu sei...mas não ficará nublado para sempre, logo, logo as flores surgirão...acredite nisso!

Cibele Palladino








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