quarta-feira, 5 de novembro de 2014

ESTOU A SUA ESPERA

De repente nos damos conta de como os anos passam e nos pegamos sozinhos no meio da jornada.
A vida sorri, apresenta flores, às vezes alguns espinhos, encontramos milhares de pessoas, mas no fundo falta algo.
Saímos, damos voltas pelo mundo, mas ainda nos falta algo.
Então vem um sopro gentil pelo rosto e nos damos conta que falta-nos uma pessoa especial para dividir a vida.
Há um propósito na vida de cada pessoa e por mais segura e independente que ela seja, chega um momento em que é necessário um amor para seguir a vida.
Confesso, nos trajetos da existência os desencontros e decepções são grandes, mas será que em algum lugar desse planeta não nos está reservado uma alma compatível com a nossa, para nos amar, amparar, dividir as situações corriqueiras e inusitadas do caminhar?
Muitas vezes pessoas cruzam nosso caminho, achamos que o amor chegou, mas às vezes elas aparecem para nos mostrar como não devemos nos submeter a qualquer 'amor'. Vem por consequência o sentimento de que nunca ninguém preencherá  aquele vazio e os dias vão passando e os anos vão se amontoando e a vida vai escorrendo pelas mãos.
Paramos e indagamos o motivo da solidão, vemos tantas pessoas se reconhecerem pela vida e nós ficamos perdidos pelo caminho não conseguindo identificar rostos, sonhos, vida em comum.
Podemos confessar que ficamos tristes, decepcionados pelas pessoas não nos enxergarem pela essência da alma, mas fazer o quê? O que carregamos dentro de nós não poderá ser entregue a qualquer um, há um merecedor de tantos prêmios, talvez esteja perdido em algum lugar, também nessa espera desconsertante, esteja perdido nos braços de um alguém que não seja o seu realmente, talvez esteja a vagar sentindo solidão no meio da multidão, talvez esteja procurando pelo seu avesso.
Não sabemos os motivos das esperas, das decepções, não sabemos quando nos encontraremos, mas eu digo: "Estou a sua espera, não sei quando nos encontraremos, se nessa vida ou na próxima, mas um dia iremos nos reconhecer e completarmos os nossos corações."

Cibele Palladino




domingo, 2 de novembro de 2014

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

Vivemos uma crise ambiental, as pessoas buscam culpados pelas mazelas que o mundo sofre: aquecimento global, falta de água, problemas de saúde e muitas outras coisas mais.
Não adianta culparmos partidos políticos, por isso ou aquilo, já que a culpa é NOSSA, somos nós quem desmatamos as florestas por uma ganância incontrolável de petrificar tudo o que de verde pela frente se encontra, somos nós que por não se preocupar com o meio ambiente jogamos lixo nos rios e mares matando toda população aquática, fazendo com que alguns animais se tornem extintos, somos nós que compramos carros desenfreadamente e jogamos gases tóxicos na atmosfera deixando-a intolerável para respiração e causando doenças na humanidade.
Somos nós quem matamos animais pelo prazer da caça, quem derrubamos árvores por atrapalharem a beleza arquitetônica dos lugares, quem poluímos por implantarmos fábricas para cada vez termos mais lucros.
Somos nós quem não reciclamos o lixo e gastamos incontrolavelmente a água que a cada dia está mais escassa pelo fato das chuvas estarem diminuindo pela ação agressiva do homem na natureza.
Somos nós...será que não temos a consciência de que a culpa é nossa?
O mundo foi feito perfeitamente para nosso uso, mas a ação gananciosa humana impediu que conseguíssemos usá-lo adequadamente, o abuso foi feito e agora precisa-se culpar um alguém.
Agora nos resta a consciência ambiental para tentarmos reverter um pouco dessa trágica situação.
O mundo pede socorro!

Salvemos o nosso planeta!

Cibele Palladino

terça-feira, 21 de outubro de 2014

MAMÃES

Mamães nascem para cuidar
Socorrer, proteger e amar
Mamães são feitas para serem fortes
Rochas firmes até a morte.
Como ver mamães doentes?
Os filhinhos ficam descontentes
E muitas vezes sem saber o que fazer.

Há momentos em que eles ainda querem colo
Mas é preciso inverter papéis
É hora de ser mãe de mamãe
Tornar-se general de quartéis
E acolher aquela que sempre foi seu PÃE.

Ah, vidinha!!
Que prega peças na vida das rainhas
Mamães nunca deveriam adoecer
Deviam da morte até sobreviver...

Mas como dessa vida 
Contos de fadas não existem
Nós lutamos mais ainda
Para elas não esmorecerem
Vidas sem mamães são escuras
Necessitamos sempre da sua candura!

Cibele Palladino




domingo, 13 de abril de 2014

Esvaziar-se

Hoje quero me esvaziar...
Estranho esse meu desejo, mas analisando o seu sentido é a maneira mais correta de agir.
Quero esvaziar toda a minha bagagem, quero retirar todos os sentimentos de dentro de mim, os bons e ruins. Quero despejar tudo o que já fiz nessa vida.
Hoje quero o vazio, sentir-me com nada, sem preocupação, sem determinação, sem anseios nem esperança de nada.
Sem esperar algo da vida: bom ou ruim, quero desligar-me de mim, dos sonhos, da vida.
Não se assustem!!
Hoje vivencio o exercício do vazio, pois nele há o ensinamento, estou preparando, limpando, retirando tudo que há dentro de mim, como fazemos numa faxina de casa. Estou levantando os móveis, sacudindo a poeira, jogando coisas fora. Depois dessa ação, vem sempre um cheirinho gostoso de limpeza e um sentimento de aconchego.
Quero despejar tudo, limpar tudo para que quando for o tempo certo eu sinta esse cheirinho gostoso e acolhedor da limpeza da alma e esse aconchego que ando precisando sentir.
No vazio também aprendemos...

Cibele Palladino

segunda-feira, 3 de março de 2014

A PRINCESA E O PRÍNCIPE

Contos modernos




Era uma vez uma princesa que morava numa pequena cidade. 
Por ela ser muito pequena  não alcançava seus sonhos revolucionários.

Seus pensamentos iam sempre além da mediocridade do pensamento tacanho de muitos que ela encontrava, até que um dia apareceu um grupo de pessoas de diversas partes do mundo que tinham os mesmos sonhos que ela.

Que felicidade! A princesa percebeu que não estava sozinha nesse mundo. Começou a trabalhar em prol de um mundo melhor.
Num dia de encontro com essas pessoas revolucionárias, ela passou muito mal por uma intoxicação alimentar e foi parar no hospital de uma cidade muito grande. Ali apareceu um príncipe, que como nas histórias comuns de contos de fadas, não veio salvar a princesa, mas ele também estava passando mal, havia ingerido um produto de limpeza acidentalmente.
Ao longo do dia, a princesa internada naquele hospital, rodeada de pessoas enfermas, vendo a dor na pele de muitos que precisam de assistência médica pública, começou a pensar em como as pessoas deveriam ter consciência e desejo de lutar para a igualdade social.
Lá, todos estavam numa sala de espera, não havia quartos para acomodação dos doentes, os corredores estavam lotados, pessoas saídas de cirurgias estavam junto com ela por falta de espaço.
O príncipe se deitou numa maca perto dela, iria fazer uma lavagem estomacal. Ela virou o rosto para não ver aquela cena, já que estava tão mal, que não suportaria ver aquilo.
O soro chegou para ela, estava tão debilitada que tremia ao recebê-lo. O príncipe saiu da maca e foi receber soro também.
Já não se sabia mais que horas eram, havia tanto tempo que estavam lá, que perderam totalmente a noção de tudo.
De repente,o príncipe pega os eu soro e se senta perto da princesa. Começa a conversar, fazê-la rir e de repente uma senhora que por ali estava com seu marido doente, começa a conversar com os dois como se eles fossem marido e mulher, então o príncipe pega a deixa e começa a paquerar aquela princesa, que não queria mais nenhuma amor no seu coração.
Ele pega seu celular e começa a apresentar toda sua família para ela, o envolvimento foi tão rápido que ele já relatava o futuro dos dois velhinhos juntos. A princesa não sabendo como aquilo era possível, entregou seus contatos para aquele príncipe, que não tinha cavalo branco e nem morava num castelo. O príncipe tinha apenas uma história longa, com quatro herdeiros, duas ex-rainhas, mas tinha o desejo de ser feliz.
A princesa se envolveu naquela situação e começou a sonhar numa vida diferente.
Os dois se falavam todos os dias por telefone, já que ela depois desse episódio, teve que voltar para aldeia do interior.
Ele a envolvia cada vez mais em seus planos, em sua vida e ela se deixou envolver, ele disse que a amava (hoje ela não sabe se por brincadeira ou verdade), até que um dia ela escreveu "te amo". Foi aí que tudo começou a mudar, o príncipe já não telefonava mais, não conversava mais como antes. A princesa percebendo a situação, deu o livre arbítrio ao príncipe de sair da vida dela, ele disse que não, estava tudo bem, ela o fazia bem...a princesa acreditou.
Combinaram de se encontrar, o príncipe viria para a pequena cidade ver sua princesa, ela toda feliz, preparou uma recepção para aquele príncipe, pois quando alguém entrava em sua vida, ela acolhia e desejava que sentisse bem.
O príncipe por sua vez, nas vésperas de sua ida,liga para ela e acaba com tudo, dá uma facada em seu peito com suas palavras. Não vai mais ver a princesa, o "te amo" dela foi forte,mas aquele príncipe não sabia compreender este amor, que ainda não era forte entre um homem e uma mulher, era um amor de extensão da existência humana, como ela se amava, amava também àqueles que ela acolhia em sua vida, queria ajudar e proteger, não sabia se aquele relacionamento real daria certo, mas o amava como ser humano especial que tinha entrado em sua vida.
O príncipe não entendeu nada, a princesa, triste, ficou com uma dor forte no coração: as pessoas não conseguem compreender a amplitude de seus sentimentos.
E assim aconteceu, ela apesar de sua dor,ainda sonha que o amor gratuito pode atingir o ser humano e luta até hoje por isso. O príncipe, nunca mais se teve notícias, foi embora para sempre.

Cibele Palladino

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

SILÊNCIO

É horar de calar
O momento pede recolhimento
A alma está ferida
O coração partido
Não tiveram cuidado comigo
Há fatos que nos enganam
Falam de amor, mas não amam
O que será que acontece?
Meu coração estava quieto
e hoje padece
Pois acreditei na verdade
que naquele momento constatei
Hoje resta recolher pedaços,
todos os estilhaços...
Neste momento prevalece o silêncio
Aquieta todas as coisas, senhor tempo!
Que daqui a pouco eu volto a viver.

Cibele Palladino


domingo, 9 de fevereiro de 2014

FELICIDADE



Um dia me perguntaram o que era a felicidade, no momento não consegui responder, não sabia como definir.
Foi então que com o passar dos dias fui analisando as possíveis respostas para essa pergunta tão difícil.
Encontrei umas crianças brincando numa praça, elas sorriam, pulavam, gritavam, brincavam e percebi que para elas a felicidade consistia nisso.
Vi uma mulher grávida, prestes a dar a luz, passando a mão em sua barriga, esperando ansiosa o dia que poderia ver o rostinho de seu bebê, percebi que a felicidade ali era ser mãe.
Presenciei o salvamento de uma criança prestes a ser atropelada e vi no semblante de seus pais ao abraçarem-na, que felicidade era poder constatar que seu filho estava vivo.
Soube através de notícias na internet que uma mulher com seu coração bondoso estava recolhendo animais abandonados na rua e percebi que felicidade naquele exato momento era fazer o bem.
Ao passar pela praça, deparei-me com uma senhora doente, velhinha, pedindo esmola na rua, pude comprovar que felicidade ali, naquele momento foi constatar que ela ficou feliz por eu tê-la ajudado com algumas moedas, tê-la olhado nos olhos e a visto como gente...eu pude ser feliz ali junto com ela.
A felicidade é a singularidade dos atos de amor. Para muitos, consiste nos bens, no status, na relação com pessoas influentes, poderosas, mas no âmago de cada ser felicidade mesmo é ver nas simples coisas da vida a força do bem, do carinho, do amor.

Cibele Palladino