domingo, 25 de março de 2012

Quero que as pessoas me aceitem do jeito que sou, sem se importarem com minha religião, nas coisas que acredito ou do que gosto. 
Não quero que me rotulem por religião, hoje minha visão é outra. Para mim as paredes de uma igreja não têm importância, para mim, Deus tem a importância.
Sou eu quem sinto, sou eu quem pressinto, Deus não me vê de uma forma excludente por não querer ir à igreja, pois o meu Deus não se encontra somente lá, Ele está em todos os lugares, principalmente no meu coração.
Muitas vezes me sinto triste por pessoas me julgarem sem saber meus pensamentos e ideais e muitas vezes mesmo depois de saberem, me julgam como errada.
Eu não me julgo errada e sei que Deus também não.
Eu o amo meu Senhor!!

Cibele Palladino



domingo, 18 de março de 2012

OS ESTATUTOS DO HOMEM (Ato Institucional Permanente)

Artigo I

Fica decretado que agora vale a verdade, que agora vale a vida, e que de mão dadas, trabalharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II

fica decretado que todos os dias da semana, inclusive às terças-feiras mias cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III

Fica decretado que a partir deste instante haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer o dia inteiro abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV

Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu. O homem confiará no homem como o menino confia no outro menino.

Artigo V

fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio, nem a aradura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olha limpo,porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.

Artigo VI

Fica estabelecida, durante dez séculos,  a prática sonhada pelo profeta Isaías, o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII

Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da caridade e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII

Fica decretado que a maior dor sempre foi e sempre será não poder dar-se amor a quem se ama e saber que é a água que dá a planta o milagre da flor.

Artigo IX

Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal do seu suor, mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X

Fica permitida a qualquer pessoa, a qualquer hora da vida, o uso do traje branco.

Artigo XI

Fica decretado, poe definição, que o homem é um animal que ama, e que poe isso é belo,muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII

Decreta-se que nada será obrigado nem proibido. Tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela. Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.

Artigo XIII

Fica decretado que o dinheiro, não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal e a festa do dia que chegou.

Artigo XIV

Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.

Thiago Mello


segunda-feira, 5 de março de 2012

MEU BEM-TE-VI


Sou de fácil encantamento, enamorada pela beleza altiva das letras mais bonitas, que tocam o coração.
Imagino-me com um bem-te-vi que voa por entre os ares levando sua liberdade, amando a natureza, beijando cada flor com imenso amor.
Imagino-me como este pássaro que anda por entre os jardins mais mágicos, que viaja pelas nuvens, sem se preocupar com sensatez da vida, pois para ele até a insensatez é permitida.
Quero mais, quero muito mais que a imensidão da paz, pois quero encontrar a minha realidade, que pode ser insana para muitos, mas que me fará feliz.
Bem-te-vi, como eu bem te quis, quis chamá-lo de amor, meu grande amor...
Quero voar, quero muito voar, voar nas minhas fantasias, misturadas com minha realidade, mas sempre ser livre para poder ir onde meu coração deseja estar.
Ah, bem-te-vi, como bem te quis, como bem te quero, como bem te espero, meu mel quero levar para todo e qualquer lugar...e somente amar,  amar e amar...
Quero muito mais da vida, quero vibrar, encantar, sonhar, acalentar...
Bem-te-vi, que ao ser beijado por ti, compreenda que assim, eu tudo sempre quis, estar nesse maravilhoso jardim da fantasia, cantando e enamorando a vida, a minha vida...que insiste em ser vivida...

Cibele Palladino



sábado, 3 de março de 2012

UM POUCO DA POLÍTICA DE ARISTÓTELES


POLÍTICA
A política aristotélica é essencialmente unida à moral, porque o fim último do estado é a virtude, isto é, a formação moral dos cidadãos e o conjunto dos meios necessários para isso. O estado é um organismo moral, condição e complemento da atividade moral individual, e fundamento primeiro da suprema atividade contemplativa. A política, contudo, é distinta da moral, porquanto esta tem como objetivo o indivíduo, aquela a coletividade. A ética é a doutrina moral individual, a política é a doutrina moral social. Desta ciência trata Aristóteles precisamente na Política, de que acima se falou.
O estado, então, é superior ao indivíduo, porquanto a coletividade é superior ao indivíduo, o bem comum superior ao bem particular. Unicamente no estado efetua-se a satisfação de todas as necessidades, pois o homem, sendo naturalmente animal social, político, não pode realizar a sua perfeição sem a sociedade do estado.
Visto que o estado se compõe de uma comunidade de famílias, assim como estas se compõem de muitos indivíduos, antes de tratar propriamente do estado será mister falar da família, que precede cronologicamente o estado, como as partes precedem o todo. Segundo Aristóteles, a família compõe-se de quatro elementos: os filhos, a mulher, os bens, os escravos; além, naturalmente, do chefe a que pertence a direção da família. Deve ele guiar os filhos e as mulheres, em razão da imperfeição destes. Deve fazer frutificar seus bens, porquanto a família, além de um fim educativo, tem também um fim econômico. E, como ao estado, é-lhe essencial a propriedade, pois os homens têm necessidades materiais. No entanto, para que a propriedade seja produtora, são necessários instrumentos inanimados e animados; estes últimos seriam os escravos.

Aristóteles não nega a natureza humana ao escravo; mas constata que na sociedade são necessários também os trabalhos materiais, que exigem indivíduos particulares, a que fica assim tirada fatalmente a possibilidade de providenciar a cultura da alma, visto ser necessário, para tanto, tempo e liberdade, bem como aptas qualidades espirituais, excluídas pelas próprias características qualidades materiais de tais indivíduos. Daí a escravidão.
Vejamos, agora, o estado em particular. O estado surge, pelo fato de ser o homem um animal naturalmente social, político. O estado provê, inicialmente, a satisfação daquelas necessidades materiais, negativas e positivas, defesa e segurança, conservação e engrandecimento, de outro modo irrealizáveis. Mas o seu fim essencial é espiritual, isto é, deve promover a virtude e, conseqüentemente, a felicidade dos súditos mediante a ciência.

Compreende-se, então, como seja tarefa essencial do estado a educação, que deve desenvolver harmônica e hierarquicamente todas as faculdades: antes de tudo as espirituais, intelectuais e, subordinadamente, as materiais, físicas. O fim da educação é formar homens mediante as artes liberais, importantíssimas a poesia e a música, e não máquinas, mediante um treinamento profissional. Eis porque Aristóteles, como Platão, condena o estado que, ao invés de se preocupar com uma pacífica educação científica e moral, visa a conquista e a guerra. E critica, dessa forma, a educação militar de Esparta, que faz da guerra a tarefa precípua do estado, e põe a conquista acima da virtude, enquanto a guerra, como o trabalho, são apenas meios para a paz e o lazer sapiente.
Não obstante a sua concepção ética do estado, Aristóteles, diversamente de Platão, salva o direito privado, a propriedade particular e a família. O comunismo como resolução total dos indivíduos e dos valores no estado é fantástico e irrealizável. O estado não é uma unidade substancial, e sim uma síntese de indivíduos substancialmente distintos. Se se quiser a unidade absoluta, será mister reduzir o estado à família e a família ao indivíduo; só este último possui aquela unidade substancial que falta aos dois precedentes. Reconhece Aristóteles a divisão platônica das castas, e, precisamente, duas classes reconhece: a dos homens livres, possuidores, isto é, a dos cidadãos e a dos escravos, dos trabalhadores, sem direitos políticos.
Quanto à forma exterior do estado, Aristóteles distingue três principais: a monarquia, que é o governo de um só, cujo caráter e valor estão na unidade, e cuja degeneração é a tirania; a aristocracia, que é o governo de poucos, cujo caráter e valor estão na qualidade, e cuja degeneração é a oligarquia; a democracia, que é o governo de muitos, cujo caráter e valor estão na liberdade, e cuja degeneração é a demagogia. As preferências de Aristóteles vão para uma forma de república democrático-intelectual, a forma de governo clássica da Grécia, particularmente de Atenas. No entanto, com o seu profundo realismo, reconhece Aristóteles que a melhor forma de governo não é abstrata, e sim concreta: deve ser relativa, acomodada às situações históricas, às circunstâncias de um determinado povo. De qualquer maneira a condição indispensável para uma boa constituição, é que o fim da atividade estatal deve ser o bem comum e não a vantagem de quem governa despoticamente.
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Retirado do site da PUC-SP