domingo, 21 de agosto de 2011

REMINISCÊNCIAS

Era uma vez um mundo pequeno e colorido, apesar de pequeno tudo parecia gigantesco aos olhos pueris de uma garotinha. Ela era doce, meiga, crédula nas pessoas.
Um dia essa garotinha cresceu e por consequência, o mundo também. Aquilo que era pequeno se tornou monstruoso e a cor foi desaparecendo.
Havia muitos bichos, tempestades, monstruosidades nesse mundo e a garota doce, meiga, crédula não tinha perdido sua essência, quando encontrava alguém ainda se compadecia, acreditava nas palavras pronunciadas, continuava  ser humana.
Acontece que almas maldosas tentavam fazer que essa menina perdesse sua bondade, queriam que ela desacreditasse no mundo em que vivia, que começasse a querer o mal da humanidade, que mentisse, maltratasse, fosse infeliz.
Mas, como a reminiscência existente em seu coração fazia com que a bondade não saísse de perto dela. As lembranças boas de sua vida estavam tatuadas em sua alma e nenhum ser monstruoso foi capaz de apagar, apesar de ter tentado de diversas formas: maltratando, ferindo, mentindo, subjugando... aquele mundo, a cada dia se tornava mais feio, mas essa garota tinha algo mais forte dentro dela: era uma luz, uma luz forte e brilhante, que se intensificava todas as vezes que o desamor aparecia e tentava derrubá-la. Ela lutou, ela sofreu, mas ela venceu...não mudou o mundo, mas pode amenizar os desastres em alguns pontos. Não pintou o universo novamente colorido do jeito que era, pois percebeu que ele na verdade nunca tinha sido colorido, as cores que enxergava na sua infância eram brotadas de seus olhos, era ela quem  conseguia ver cores onde não existiam, mas uma coisa fez,  ensinou muitas pessoas a enxergar cores na vida, sendo assim, as pessoas que adquiriram essa habilidade, ensinaram para muitas outras e outras para muitas outras. O mundo que era sem cor, começou a se colorir novamente por causa de todo esse esforço.
Mudar o mundo em que vivia essa garota não mudou, mas mudou o jeito de muitas pessoas enxergarem esse lugar.
O mal continuou a existir, a mentira, a falsidade, o desamor, mas os olhos e a alma de todas essas pessoas nunca mais se deixaram abalar e todas elas continuarem a ver as mais belas nuances que se possa imaginar.

Cibele Palladino


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